quinta-feira, 31 de maio de 2007

.. e o mundo está longe...

Desliga!!
Desliga de tudo,
Esquece o mundo,
Simplesmente apaga..
Apaga o que sabes,
Elimina... a ansiedade,
Elimina.. a vontade..
Assim é mais fácil...
Sem expectativas..
Sem preocupações
Apenas o egoísmo
De nada querer saber...
É esta a minha cura
Contra a obsessão
Contra a permanência
Contra o nome
O nome dominador da minha mente
Aquela imagem,
Os olhos pelos quais vejo o mundo..
E o mundo está longe..


Quarta, 02 Maio 2007 às 15:08

Imponderabilidade

Odeio Distancias... impedem me de dizer tudo aquilo que quero dizer... isso a somar ao facto.. de eu simplesmente me recusar a usar telemóveis e internet para dizer aquilo,que tem de ser dito, olhos nos olhos...
Todos os segundos, minutos, horas dias... que esta distancia soma no meu interior, reprimem energias, algumas boas outras desprezáveis, que tento de todos os modos resfriar...
E estas energias simplesmente não podem ser libertadas num desabafo, sou frio e insensível e como tal, tenho de ser que nem um inglês..
Como tal... quando penso que ninguém vê... dou pinos e malabarismos... isto acalma as positivas.. são as energias da vitalidade... e dou socos nas paredes, e algumas técnicas sádicas... isto acalma as desprezáveis... as auto destrutivas...
A imponderabilidade domina me, não sei se cai num abismo se me eleve aos céus...
Apetece me sair do jogo defensivo... e tentar um sacrifício... provavelmente levo mate.. mas acaba-se esta agonia...


Domingo, 22 Abril 2007 às 23:22

Será que mais vale um pássaro na mão?

Amo-a!!

Sei o, e sei também o quão difícil é escreve-lo aqui, e como parece impossível revela-lo a ela.

No entanto ela sabe.

E ela ama-me!

Confio nisso todo o meu ser, aquela cumplicidade impossível, a tensão após o beijo não concretizado, as caricias dissimuladas, as deixas, que se escapam, e nos ruborizam no momento...

Porque não dou o passo seguinte?

Sofro de dois males crónicos, ou pelo menos de dois que afectam especificamente, esta questão.

O primeiro é que foram sempre elas a dar o primeiro passo, sim eu sei, é uma vergonha...
O segundo, que nas exepções eu já estava "tocado".
(E não, não sou alcoólico, apenas quase que sou uma pessoa normal, deixo de ser anti-social, e outras tantas características positivas nesses momentos)

Aliás posso reduzir esses padecimentos a um só!

Penso Demais!!

O que importa dizer, é que nesses instantes em que sou quase normal, consigo ter resolução, e fazer aquilo, que os outros fazem de modo espontâneo.

Ora porque não influencio eu uma situação dessas com ela?

Porque não seria verdadeiro, e porque nos momentos racionais, decido que mais vale um pássaro na mão, que dois a voar, isto é, e se estiver a estragar algo perfeito?

É este o problema dos malucos, ou dos jogadores de xadrez, pensam em todas as variantes..

O meu problema, numa dessas variantes, ela farta-se deste jogo de gato e rato, e pensa em alguém que não seja tão complicado como ela..

Isto admitindo que não existe mate em um lance, ou seja, que ela não me ame sequer...

...


Segunda, 16 Abril 2007 às 20:05

Vida de Cão

Ontem, ao sair de manha, esqueci me das chaves de casa, e só quando ao fim de três horas voltei, e que reparei, por infelicidade, que também o telemóvel não estava comigo, estava no carro de uma amigo... e assim vejo me de repente, incapaz de entrar em casa, e de contactar o mundo... para não falar, que como uso o telemóvel como relógio, estava sem horas..
Vejo me então, parado no tempo, nos espaço, e isolado de todo o mundo..
Ligo o mp3, para não stressar, e trepo a um muro, a partir do qual, podia observar toda a minha vizinhança, os carros acelerados.. as pessoas para cima e para baixo.. tipo formigas.. e notei, que no meio de todo este ritmo, no meio de toda esta rotina... só os animais se divertem, eles vivem ao sabor do vento.. pássaros cantam... e os cães sobretudo os cães, correm de um lado para o outro, com a ingenuidade, que nem uma criança tem, simulam combates, criam alianças, e concorrem sobre quem e que faz mais barulho...
É claro que para eu achar isto interessante, já devia estar todo passado do juízo.. mas enfim..
O que quero dizer, é que nós seres que nos auto titulamos de racionais, e humildemente, nos estabelecemos como donos e senhores de tudo quanto a vista alcança, e para alem disso..
Estamos todo o dia tão preocupados, com coisas tão superfulas, que nos esquecemos de viver, não vivemos mais que uma barata.. para cima e para baixo, reaproveitando o lixo uns dos outros..
Dizem Vida de cão.. Vida de Cão é a nossa.. quem me dera.. ter eu a vida de cão...


Sábado, 14 Abril 2007 às 11:15

*

Sinto me exaurido de vontade, e por culpa disso, negligenciei provavelmente a minha única oportunidade.
Naquele momento, olhos nos olhos, nos quatro centímetros finais, cobardemente retrocedi.
Se o castigo fosse a automática revogação do meu direito a vida ficaria feliz.. mas não! Sou obrigado a manter me nesta tensão, que acompanha e brutaliza aqueles que sonham.
Grandes aspirações, conduzem a grandes desilusões.


Segunda, 09 Abril 2007 às 20:46

Simulada Felicidade

Gostava,
Adorava,
Amava,
que me amasses,
nem que tal acto insano,
durasse apenas a fracção de um segundo,
uma quase troca de olhares, uma quase troca de emoções...
....era tudo o que precisava para ser feliz...

E se tal instante for impossível,
diz me que já aconteceu,
no fundo saberei que foi mentira,
mas minha alma consciente
gritara que foi verdade...
...e terei o consolo de uma simulada felicidade..


Quinta, 08 Março 2007 às 11:58

Carpe Diem

Todos nos dizemos, para aproveitar as oportunidades..
Para anunciarmos os nossos desejos bem alto,
Para ir de encontro a pessoa amada...
Para falar com o coração, sem ter medo das consequências...
Para viver o mundo como se fosse acabar amanha...

Todos sabemos isso... e o que fazemos?
Consumimos, a nossa vida em coisas fúteis...
Desaprendemos diariamente a viver...

Existe a obsessão com o sucesso, com os estudos, com o dinheiro... e mesmo que não tenhamos essa obsessão somos impingidos pela sociedade, chamam nos de falhados se não tivermos uma dessas três coisas..

Por mim.. que se lixe se sou falhado... primeiro vivo, depois se der.. e mesmo naquela.. epa tá bem, não me chateis mais.. o resto...

A esses que não vivem a dizer que tem o teste no dia seguinte digo.. se não apreendes nas aulas esquece... se ja apreendestes esquece... o que tem um 15 diferente de 19...

Valera uma vida desafogada a tua juventude?
E depois, que contaras..
quando chegar o dia do juízo o que dirás? consegui ter o 20? sou o homem mais rico do mundo?

Eu pessoalmente prefiro, chegar lá e dizer... sou pobre, nunca me destaquei, mas sou feliz..
serve de entrada? se não servir também não quero entrar...

Eu faço o meu caminho...


Quinta, 08 Março 2007 às 00:02

Retrato

Duas velas acendi e no meu sótão assombrado iniciei a escrita, as velas grandes e odoriforas, conferem ao meu quarto o ambiente para inspiração, ou talvez não.
Diria antes a fluidez necessária de mão para acompanhar de modo tosco alguns dos meus pensamentos.
Como são lindas as luzes, a forma como se agitam ao ritmo da minha respiração, numa dança profunda de cores, fogo de vida, sombra de morte, ou pior inexistência, peça esta de que sou encenador.
Na parede tenho um quadro, ou melhor um desenho, daqueles feitos por artistas de ruas, de quando tinha seis anos ou por volta disso, tem um defeito numa das orelhas, no entanto os olhos, a graphite, são de tal modo intensos, que me provocam inúmeras sensações, das quais se destaca o medo.
Sinto nele, uma força malevola, tal como o sinto neste mesmo instante em que deitado sobre o tapete, dou as costas à imagem, a fria impressão na espinha.
Calafrio.
Será possível um individuo da suposta razao, adorador da lógica, que nada teme, e nada temeu, temer o seu próprio retrato??
Chego a passar noites em que tapo o retrato, como para impedir o mal de la sair, e me apanhar, pela noite, durante o sono, altura em que retiro de mim, a mascara de perfeição, e que até eu.. sou capaz da expressão inocente de rapaz...
Certa vez o mal estar foi tal que me mudei para a sala, e mesmo assim o sentia dois andares acima observando me.
Será de ele me relembrar da inocência da vida??
Mas como pode uma figura pequena de cara assustadiça, mas de olhar intenso, provocar tamanha comoção, que faz um homem sentir se diminuído, que nem uma criança medrosa...
Espero que seja o mal que resida no retrato, que de algum modo algum demónio la se tenha infiltrado, assim eu teria uma desculpa..
Pois se for um mero debate com a minha subconsciente consciência, então algo esta muito mal...

... e hoje já nao vou dormir..


Terça, 06 Março 2007 às 02:24

Como ser um poeta?

Mas afinal o que é preciso para se ser um poeta?

Pseudo poeta já eu sou...
Coloco, aqui escritas as vacuidades orais, digo deste modo porque, embora esteja escrito, não é um texto tratado, pensado e e seleccionado...
É a libertação desconexa de ideias e tentativas de pensamento...
Por isso digo que sou pseudo poeta... sou como uma criança, que quer crescer. Sou como o copo, que aspira a ser jarro.
Poeta sem rima, poesia sem poema.

Por favor, quem me diz o que é ser poeta?



Sexta, 10 Novembro 2006 às 03:19

Preço do Amor

Sou como sou,
Para o bem e para o mal,
Não, não te vás embora,
Pois preciso de ti,
Mesmo que faça mil anos de retrospecção,
Preciso de ti,
So tu podes por o dedo na ferida,
Apontar os meus defeitos,
Não, não te vás embora,
Não, não o faças leviamente,
Para o fazeres, tens de me conhecer,
E quem eu sou?
Sou o que sou,
Mas mesmo após esta simples expressão,
Não sabes, nem eu sei bem, o que sou,
Não julgues o livro pela capa,
Não compres roupa só porque é de marca,
Não me excluas, só porque os outros a começar por mim o fazem,
Não vás, preciso de Ti.

Não contes com grande retribuição,
Sabes que comigo só dor e solidão.

Terça, 31 Outubro 2006 às 20:36

Sou Teantropo


Aqui estou eu,
Em nome das divagações,
Tentando e desesperando por alcançar,
O ser poético que há em mim,
Pois na escrita mentirosa,
Está a minha redenção,
Para todo o egocentrismo residente no meu coração,
De mim para mim,
Reforço sentimentos de exclusão,
Exílio voluntário, Fuga do mundo...
Pois dele guardo grande rancor,
É onde reside o objecto da minha limitação..
Objecto a que fui confinado...
Terá sido castigo, será que não?
Se não sei qual o crime, porque estou acorrentado?
Se não sei do que foi, sei o que será...
E triste de mim saber do meu fadum...
Mesmo assim, alimento esperanças, de libertação,
Mas afinal tudo é em vão,
Sou um pseudo poeta,
Um falso deus...
Inacabado em todas as artes,
O que sou?
Sou Teantropo



Domingo, 29 Outubro 2006 às 11:27